quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

VÍTIMAS DO HOLOCÁUSTO NAZISTA

Vítimas

[editar] Judeus



Prisioneiros famintos no campo Mauthausen, em Ebensee, Áustria, libertados pela forças estadunidenses em 5 de maio de 1945.
O anti-semitismo era comum na Europa da década de 1920 e década de 1930 (apesar de se estender ao longo de séculos). O anti-semitismo fanático de Adolf Hitler ficou bem patente no seu livro publicado em 1925, Mein Kampf, largamente ignorado quando foi publicado, mas que se tornou popular na Alemanha uma vez que Hitler ascendeu ao poder.
Em 1 de Abril de 1933, os nazis, recém-eleitos, organizaram, sob a direcção de Julius Streicher, um dia de boicote a todas as lojas e negócios pertencentes a judeus na Alemanha.
Essa política ajudou a criar um ambiente de repetidos atos anti-semitas que iriam culminar no Holocausto. As últimas empresas pertencentes a judeus foram fechadas a 6 de Julho de 1939.
Em muitas cidades da Europa, os judeus tinham vivido concentrados em zonas determinadas. Durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, os nazis formalizaram as fronteiras dessas áreas e restringiram os movimentos criando novos guetos, aos quais os judeus ficavam confinados.


Campo de concentração de Buchenwald. Dia da libertação em 16 de Abril de 1945. No segundo andar do beliche, o sétimo a contar da esquerda é Elie Wiesel, o Prêmio Nobel da Paz de 1986.
Os guetos eram, com efeito, prisões nas quais muitos judeus morreram de fome e de doenças; outros foram executados pelos nazis e seus colaboradores. Os Campos de concentração para judeus existiram na própria Alemanha. Durante a invasão da União Soviética, mais de três mil unidades especiais de morte (Einsatzgruppen) seguiram a Wehrmacht e conduziram matanças maciças de oficiais comunistas e de população judaica que vivia no território soviético. Comunidades inteiras foram dizimadas, sendo rodeadas, roubadas de suas possessões e roupa, e alvejadas de morte nas bermas de valas comuns.
Em Dezembro de 1941, Hitler tinha finalmente decidido exterminar os judeus da Europa. Em Janeiro de 1942, durante a Conferência de Wannsee, vários líderes Nazis discutiram os detalhes da Solução final da questão judaica (Endlösung der Judenfrage).
O Dr. Josef Buhler pressionou Reinhard Heydrich a dar início à Solução Final no Governo Geral. Eles começaram a deportar sistematicamente populações de judeus desde os guetos e de todos os territórios ocupados para os sete campos designados como Vernichtungslager, ou campo de extermínio: Auschwitz-Birkenau, Belzec, Chelmno, Majdanek, Maly Trostenets, Sobibor e Treblinka II.

[editar] Eslavos



Estado deplorável de sobreviventes eslavos do campo de concentração Buchenwald.
Os polacos foram um dos primeiros alvos do extermínio de Hitler, como ficou sublinhado no seu discurso sobre a quota arménia, que fez a comandantes da Wehrmacht antes da invasão da Polónia em 1939.
A elite intelectual e socialmente proeminente ou pessoas poderosas foram os primeiros alvos, apesar de também ter havido assassínios em massa e instâncias de genocídio (donde se destaca Ustaše, na Croácia).


Civis polôneses após execução, em Varsóvia.
Durante a Operação Barbarossa, a invasão alemã da União Soviética, centenas de milhares (senão mesmo milhões) de prisioneiros de guerra pertencentes ao exército russo foram arbitrariamente executados nos campos pelos exércitos invasores alemães (em particular pelas famosas Waffen SS), ou foram enviados para campos de extermínio simplesmente porque eram de extração eslava. Milhares de vilas de lavradores russos foram aniquiladas pelas tropas alemãs mais ou menos pela mesma razão.
No entanto, sabe-se que inúmeros ucranianos combateram tenazmente a favor dos nazis quando da invasão à URSS, considerando o duro martírio por eles sofrido, viam os nazistas como libertadores.

[editar] Ciganos

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Porajmos
A campanha de genocídio de Hitler contra os povos ciganos da Europa era vista por muitos como uma aplicação particularmente bizarra da ciência racial nazi.
Antropólogos alemães foram forçados a enfrentar o facto de os ciganos serem descendentes dos invasores arianos, que regressaram à Europa. Ironicamente, isto torna-os não menos arianos que os próprios alemães, pelo menos na prática, senão em teoria. Este dilema foi solucionado pelo professor Hans Gunther, um conhecido cientista racial, que escreveu:
«Os ciganos retiveram na verdade alguns elementos da sua origem nórdica, mas eles descendem das classes mais baixas da população dessa região. No decurso da sua migração, eles absorveram o sangue dos povos circundantes, tornando-se assim uma mistura racial oriental, asiática-ocidental com uma adição de ascendência indiana, centro-asiática e europeia.»
Como resultado, apesar de medidas discriminatórias, alguns grupos de ciganos de etnia Roma, incluindo as tribos alemãs dos Sinti e Lalleri, foram dispensados da deportação e morte. Os ciganos restantes sofreram muito como os judeus (em alguns momentos foram ainda mais degradados). No Leste europeu, os ciganos foram deportados para os guetos judeus, abatidos pela SS Einsatzgruppen nas suas vilas, e deportados e gaseados em Auschwitz e Treblinka.

[editar] Homossexuais

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Homossexuais na Alemanha Nazi


Ernst Röhm, oficial nazista que era homossexual assumido.[2]
Homossexuais foram um outro grupo alvo durante o tempo do Holocausto. Ao que parece, não houve por parte do partido nazi uma tentativa sistemática de exterminar todos os homossexuais, mas sim de promover uma espécie de recuperação social e moral por meio da penalização a trabalhos forçados e extenuantes; assim, o regime nazista recrudesceu o parágrafo 175 que criminalizava a homossexualidade, endurecendo suas penas.
No início da ascensão nazista, alguns membros proeminentes da liderança do partido Nazi (como Edmund Heines, Ernst Röhm, entre outros) eram conhecidos por serem homossexuais, o que poderia explicar o facto de a liderança nazi ter, de início, mostrado sinais contraditórios sobre a forma de lidar com o tema. Alguns líderes queriam claramente o extermínio dos homossexuais; outros, como o próprio Rönm, advogavam liberdade aos homossexuais, enquanto que a maior parte defendia a aplicação de leis rígidas que proibissem atos homossexuais. Porém, não tardou para que o regime nazi promovesse uma tentativa de extirpação da homossexualidade em seus quadros e também da sociedade alemã. Heinrich Himmler - que tinha inicialmente apoiado Röhm com o argumento que as acusações de homossexualidade contra ele eram maquinações judias - tornou-se posteriormente muito ativo na repressão aos homossexuais e declarou: "Temos que exterminar esta gente pela raiz… os homossexuais têm que ser eliminados"[Plant, 1986, p. 99].
Na noite de 29 de Junho de 1934, Hitler promoveu a Noite das Facas Longas, participando pessoalmente na prisão de Ernst Röhm, o líder das SA ("camisas pardas") que posteriormente seria assassinado conjuntamente com dezenas de outros oficiais. A homossexualidade de Röhm e dos seus oficiais foi utilizada por Hitler para aplacar a fúria que se apoderou das fileiras da SA.
Pouco depois da purga de 1934, uma divisão especial da Gestapo foi instruída para compilar uma lista de homens gay (as "Listas Rosa"). Em 1936, Heinrich Himmler, chefe das SS, criou o "Gabinete Central do Reich para o Combate à Homossexualidade e ao Aborto. A esta purga seguir-se-ia o endurecimento da perseguição contra a homossexualidade e a prisão de homossexuais por toda a Alemanha e até mesmo fora dela. Muitos milhares de prisioneiros acabaram em campos de concentração; outros, como John Henry Mackay, suicidaram-se. Muitos artistas emigraram, como o caso da escritora e dramaturga Erika Mann.
Segundo o United States Holocaust Memorial Museum, mais de um milhão de homossexuais alemães foram identificados, dos quais cerca de 100 000 foram acusados e 50 000 condenados a penas de prisão por homossexualidade. A maior parte destes homens foi aprisionado e entre 5000 a 15 000 enviados para campos de concentração. Soma-se a isso o fato de centenas de homens homossexuais que viveram sob ocupação nazi terem sido castrados por ordem dos tribunais.


O Homomonument em Amsterdã, Países Baixos, feito em homenagem aos homossexuais mortos pela Alemanha nazista.
Inicialmente os homossexuais não tiveram o mesmo tratamento que os Judeus; a Alemanha Nazi incluía os homossexuais alemães como parte da raça ariana pura e tentou forçá-los à conformidade sexual e social. Os homens homossexuais que não conseguissem ou não quisessem fingir uma mudança de orientação sexual eram enviados para campos de concentração ao abrigo da campanha de Arbeit macht Frei ("Libertação pelo Trabalho)." Segundo pesquisas (como a feita pelo investigador Ruediger Lautmane) e relatos de sobreviventes, nota-se que a taxa de mortalidade de homossexuais presos em campos de concentração era superior à media geral, podendo ter atingido os 60%, pois os homossexuais presos nesses "campos da morte" para além de serem tratados de forma extraordinariamente cruel pelos guardas, eram também perseguidos e até mesmo violentados pelos outros prisioneiros, diferenciando-se dos judeus que contavam com a solidariedade de seu próprio grupo. Por essa razão os homossexuais nos campos de concentração eram entendidos, como alguns estudiosos afirmam, como "os sacrificáveis".
O sobrevivente Pierre Seel, preso no campo de concentração por ser homossexual, relatou em sua biografia que "não havia solidariedade para com os prisioneiros homossexuais; pertenciam à casta mais baixa. Outros prisioneiros, mesmo entre eles, costumavam agredi-los." Relata também cenas frequentes de tortura (como espancamento e ataque de cães) seguidas de brutais assassinatos. Dentre estas práticas estava a violação ou empalamento de prisioneiros homossexuais com réguas de madeira partidas, causando perfuração intestinal, graves hemorragias e eventualmente morte.
Diferentemente de Seel, a maior parte dos homossexuais perseguidos pelo regime nazi nunca se identificou publicamente como homossexuais. De fato, as leias "anti-homossexualidade" mantiveram-se depois da guerra por todo o mundo ocidental até às décadas de 1960 e 1980, de tal forma que muitos nunca se sentiram confortáveis para contar as suas histórias de sofrimento à mão dos Nazis até à década de 1970, quando a generalidade dos países ocidentais iniciou uma supressão das leis relacionadas com a sodomia.
Por fim, estimativas quanto ao número de pessoas mortas pela razão específica de serem homossexuais variam muito. A maioria das estimativas situa-se por volta de dez a quinze mil.
Números mais elevados incluem também aqueles que eram judeus e homossexuais, ou mesmo judeus, homossexuais e comunistas. Para além disso, registros sobre as razões específicas para o internamento são inexistentes em muitas áreas.

[editar] Testemunhas de Jeová

Dentre dezenas de milhares enviadas aos campos de concentração, cerca de duas mil Testemunhas de Jeová pereceram, para onde foram enviados por razões políticas e ideológicas. Sendo objetores de consciência, elas recusaram o envolvimento na política, não diziam Heil Hitler, e não serviam no exército alemão.

[editar] Doentes mentais e deficientes

A 18 de Agosto de 1941 Adolf Hitler ordenou o fim da eutanásia sistemática dos doentes mentais e deficientes, devido a protestos na Alemanha.

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