terça-feira, 29 de dezembro de 2009

PESPECTIVA GERAL DO HOLOCÁUSTO NAZISTA


[editar] Perspectiva geral



Mapa do Holocausto na Europa, entre 1939 e 1945, mostrando todos os campos extermínio, a maioria dos campos de concentração e as principais rotas de deportação (em espanhol).
Um aspecto restrito a Alemanha nazista que o distingue de outros assassínios colectivos foi a metodologia aplicada a grupos diferenciados. Foram feitas listas detalhadas de vítimas presentes e potenciais, encontrando-se, assim, registros meticulosos dos assassínios.
Quando os prisioneiros entravam nos campos de concentração ou de extermínio, tinham de entregar toda a propriedade pessoal aos Nazis - que era catalogada detalhadamente e etiquetada, sendo emitidos recibos. Adicionalmente ao longo do Holocausto, foram feitos esforços consideráveis para encontrar meios cada vez mais eficientes de matar mais pessoas. Por exemplo, ao trocarem o envenenamento por monóxido de carbono, usado nos campos de extermínio de Belzec, Sobibór, e Treblinka para o uso de Zyklon-B em Majdanek e Auschwitz-Birkenau, na chamada Aktion Reinhard.


Fileiras de corpos enchem o campo de concentração de Nordhausende, Alemanha, 4 de Dezembro de 1945
Ao contrário de outros genocídios que ocorreram numa área ou país específicos, o Holocausto foi levado a cabo metodicamente em virtualmente cada centímetro do território ocupado pelos nazistas, tendo os judeus e outras vítimas sido perseguidos e assassinados num espaço em que hoje existem 35 nações europeias e sido enviados para campos de concentração em algumas nações e campos de extermínio noutras nações.
Além das matanças maciças, os nazistas levaram a cabo experiências médicas em prisioneiros, incluindo crianças. O Dr. Josef Mengele, um nazi dos mais amplamente conhecidos, era chamado de Anjo da Morte pelos prisioneiros de Auschwitz pelos seus experimentos cruéis e bizarros.
Os acontecimentos nas áreas controladas pelos alemães só se tornaram conhecidos em toda a sua extensão depois do fim da guerra. No entanto, numerosos rumores, relatos e testemunhos de fugitivos e outros, ainda durante a guerra, deram alguma indicação de que os judeus estavam a ser mortos em grande número. Houve protestos, como em 29 de Outubro de 1942 no Reino Unido, que induziram figuras políticas e da Igreja a fazerem declarações públicas manifestando o horror sentido pela perseguição de judeus na Alemanha.

[editar] Fases do Holocausto

Raul Hilberg, um conhecido historiador do Holocausto, identificou quatro fases do Holocausto distintas:
  • Identificação / Definição
  • Discriminação económica e separação
  • Concentração
  • Extermínio

[editar] Campos de concentração e de extermínio

Campos de concentração espalharam-se por toda a Europa, com novos campos sendo criados perto de centros de densa população, focando especialmente os judeus, a elite intelectual polaca, comunistas, ou ciganos. A maior parte dos campos situava-se na área de Governo Geral.
Campos de concentração para judeus também existiram na própria Alemanha e, apesar de os campos de concentração alemães não terem sido desenhados para o extermínio sistemático — os campos para esse fim situavam-se todos no Leste europeu, a maioria na Polónia —, muitos prisioneiros morreram por causa das más condições ou por execução.
Alguns campos, tais como o de Auschwitz-Birkenau, combinavam trabalho escravo com o extermínio sistemático.
À chegada a estes campos, os prisioneiros eram divididos em dois grupos: aqueles que eram demasiado fracos para trabalhar eram imediatamente assassinados em câmaras de gás (que por vezes eram disfarçadas com chuveiros) e seus corpos eram queimados, enquanto que os outros eram primeiro usados como escravos em fábricas e empresas industriais localizadas nas proximidades do campo.
Os alemães também organizavam grupos de trabalho auto-sustentável entre os prisioneiros para trabalhar na reciclagem dos cadáveres e na colheita de certos elementos. Para alguns historiadores, os dentes de ouro eram extraídos dos cadáveres e cabelos de mulher (raspado das cabeças das vítimas) antes de entrarem nas câmaras incineradoras. Acreditam eles que esses produtos eram reciclados da seguinte forma: o ouro, fundido e usado na confecção de jóias; os cabelos, tecidos em tapetes e meias, usados par enchimento de casacos.


Depósito de embalagens vazias do gás venenoso usado para matar os detentos e pilhas de cabelos raspados de suas cabeças são guardadas no museu de Auschwitz II.
Cinco campos — Belzec, Chelmno, Maly Trostenets, Sobibor, e Treblinka II — foram usados exclusivamente para o extermínio.
Nestes campos, cerca de 800 a 1000 prisioneiros eram mantidos vivos para assegurar a tarefa de desfazer-se dos cadáveres de pessoas assassinadas nas câmaras de gás. Em Sobibor e Treblinka houve rebeliões com fuga de prisioneiros. Nos campos de Balzec, Sobibor e Treblinka o tempo para processar um trem com 4600 judeus, de sua chegada até o final da morte por gás do último judeu era de duas horas. Os corpos inicialmente foram jogados em valas abertas e depois, sem poder solucionar o problema da quantidade, passaram a ser incinerados com combustível. Em Treblinka foram mortos 850 000 judeus desta forma.


Ruínas da câmera de gás Crematório II em Auschwitz II (Birkenau). O estudioso do Holocausto Robert Jan van Pelt disse que em nenhum outro cômodo da Terra morreram tantas pessoas: 500.000 vítimas.[1]
O transporte era frequentemente realizado em condições horríficas, usando vagões ferroviários de carga, abarrotados e sem quaisquer condições sanitárias. Normalmente os vagões na Europa podiam transportar 6 cavalos ou vacas e eram amontoados de 60 a 100 judeus dependendo da ocasião. Cada judeu tinha sua passagem paga pela SS a companhia ferroviária alemã. Em alguns casos os judeus enganados com a promessa de realocação para trabalho pagavam sua própria passagem para a morte. Mais de 350 000 judeus húngaros pagaram passagens em vagões de passageiros de segunda classe para serem levados a Auschwitz. A organização logística envolvida no transporte ferroviário de milhões de pessoas com registros cuidadosamente catalogados e arquivados foi uma tarefa de um considerável grupo de pessoas pertencentes a SS e as companhias ferroviárias dos países de deportação ou passagem. As listas de passageiros da SS foram destruídas, mas as das companhias civis foram preservadas e hoje se encontram nos arquivos do Yad Vashem sendo a origem da identificação de alguns milhões de vítimas

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